sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ônibus

Um de um lado, o outro do lado. Trocas e desvios de olhares.
Apenas três bancos os separavam.
De um lado um coração de uma dama que bate na velocidade da luz, do outro, sabe se lá como bate o coração do rapaz.
A cabeça da dama não para um segundo de pensar em situações lindas e apaixonadas. Sonha acordada, ri de si mesma por tamanha ilusão.
Segue viagem, agora além de três bancos os separando, há um casal ou um par, vai saber...
O coração da dama dói. Ela pensa em enxotar o casal dalí, sentar ao lado do rapaz e admirá-lo. Teu queixo -risos-, teus olhos, tua nuca, tuas mãos... Mas não. Falta lhe coragem e liberdade para fazer isso.
A dama tenta dormir, se distrair com outras coisas e não consegue. Não consegue parar de pensar no rapaz e em reparar em suas mãos.
A viagem segue e o coração continua o mesmo, acelerado, descontrolado, louco para gritar um 'EU TE AMO' que nem é amor, é... meninice aguda!
Chega o ponto do rapaz, ele se levanta pra descer, e a vontade da moça é descer junto e segui-lo até o inferno se for preciso!
Ela observa...
Repara que as mãos do rapaz tremem (ou seria o balanço do ônibus?) e que ele desvia o olhar do olhar da moça que o seca, desidrata, de tanto olhar.
Ele desce e a moça sente uma dor fraquinha no peito. Ele à olha pelo "rabo do olho" e ela se desmancha de amores.
A moça continua a observá-lo, precebe que ele anda mais devagar para poder ver o ônibus passar, mas desvia o olhar.
O ônibus passa, eles quase trocam olhares, mas a moça desvia o olhar do rapaz.
Cada um foi para um lado tomando seu rumo, e o que conforta a dama é que no outro dia eles irão se ver e há até a hipótese de irem "juntos" de novo.

Um comentário:

Estefanie disse...

que texto mais fofo *-*