quinta-feira, 1 de abril de 2010

Cabeça vazia

Era esse o meu medo: amar-te tanto e esquecer de pensar.

Passamos longos dias sem pensar em mais nada, esquecemo-nos de nós mesmos, de nossas obrigações, de quem realmente vale alguma coisa para prestar atenção no coração.
Prestar atenção num coração bobo, feio, burro, irracional e lerdo.
Esquecemos de escovar os dentes, de tomar banho, de trocar de roupa, de pegar a caneta caída, de abraçar sem segundas intenções, de deixar o eu lírico dormir, de coçar os ombros, de lamber os dedos cheios de mel, esquecemos de esquecer.
Olhe para o lado, veja o umbigo alheio. Ele fede e brilha. Seria a purpurina do carnaval passado que ainda existe ali, amor ou suor?
Aquele suor que escorre da nuca, passa pelas costelas e some sabe se lá onde. Até que faz um barulho em nossa mente, como um gemido, que nos faz acordar e perceber que a terra continua girando, que continuamos a viver, que temos obrigações e os outros também.
ACORDE MALDITO!!!





é, não é pra entender.

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