domingo, 24 de outubro de 2010

Alucinante

Era belo e puro vê-los assim, dopados, drogados, sujos, apaixonados.
Deitados na cama de um hospício de estrada, tramando sua fuga para o México e pensando como não os perceberiam.
Era suicídio, mas era amor. Era medo, mas era amor. Era insegurança, mas era amor. Eram sonhos, mas era amor. Eram segredos, mas era amor. Era silêncio, mas era amor gritado.
Dançavam nas nuvens do colchão, se beijavam e se dopavam mais e mais.
Se dopavam para dormir a viagem toda e acordar somente no México, embaixo de cactos que davam pimentas.
Enchergavam bolhas rosas entre as nuvens do teto, tinham gotas de sangue nos tecidos que escorriam de todo aquele amor.
Eram borrões de carvão com café.

Era amor.